domingo, 19 de setembro de 2010

Desabafar com quem já não pode ouvir


Sapinho,

podia começar por dizer as saudades que ainda tenho tuas, mesmo passados sete anos, podia questionar mais uma vez o porquê de teres partido quando a altura em que eu realmente ia precisar de ti ao meu lado para me apoiares e ajudares a ser quem eu realmente deveria ser, para me guiares para o meu caminho ainda estava para vir.... e veio, acabou de chegar.

Sapinho, tu que foste mais que um tio, mais que um pai, mais que um irmão... será que algum dia esta raiva, este desespero, esta sensação de estar perdida, esta dor, será que algum dia passarão??? será que algum dia deixarei de sentir o que tenho sentido?

Estou desesperada tio, não sei para onde me deva virar, não sei que caminho seguir, não sei onde virar no cruzamento... Fazias-me tanta falta agora...

Sabes, por vezes ponho-me a reflectir e vejo todas as coisas que tenho feito na minha vida... Todas elas, e de todas elas não há uma de que me orgulhe particularmente, não há uma bem feita... Ajuda-me a encontrar respostas Sapinho...

Sinto-me fraca, vencida, um lixo... Onde está a Daniela Meiga? Será que ela algum dia existiu? Por vezes penso que preferia a Daniela subserviente, que não questionava, limitava-se apenas a cumprir ordens e a chorar de revolta à noite...

O que eu fiz tio? Que caminho segui?

Em pouco mais de 3 anos consegui fazer amigos e perde-los todos, consegui magoar-me a mim e a todos os que hipoteticamente gostavam de mim... Consegui tornar-me no cão raivoso de quem toda a gente se afasta, consegui tornar-me possessiva, egoísta, fútil... Mas agora vejo que não sou mais feliz...

Tio, tenho ao meu lado a pessoa que amo, tenho a avó que me defende, mas não tenho amigos, não tenho amigas, não tenho a quem recorrer para rir, para chorar, para contar aquele segredo que não poderia partilhar com mais ninguém... Sinto-me inutilizada.

Por vezes penso que gostava de ser uma pessoa melhor, ajuda-me.

Vejo-me agora num beco sem saída, onde não tenho nada, não tenho ninguém, e esta frio, frio e escuro, tudo o que vejo é dor, medo e desespero...

Vendo bem as coisas, há sete anos que estou assim...

Perdi as minhas melhores amigas, e por mais que sinta a falta delas não sei perdoar, não sei desculpar, nem sequer sei se há algo para desculpar, nem sei porque estou chateada e magoada... Talvez esteja na altura de admitir que errei, talvez esteja na altura de admitir que não consegui vê-las seguir em frente, que não consegui aceitar deixar de ser os seus centros de atenção, os seus portos de abrigo... Será isso? Terei eu a sádica necessidade de me magoar a este ponto para estar bem? Terei eu a sádica necessidade de ter alguém infeliz para ajudar para assim me sentir feliz?

Sinto-me cansada, só... Sinto-me responsável pelo afastamento da pessoa que amo do mundo em redor, sinto-me responsável por ele ser obrigado a esconder-me coisas porque eu não me sei controlar... Sinto-me responsável por as pessoas não quererem sequer ter-me perto delas...

Tio, Preciso que me guies, onde quer que estejas... Preciso de ser uma pessoa melhor, uma pessoa normal...

Sapinho, tenho pensado muito, e chego à triste e cruel conclusão sádica de que tudo o que faço, tem a missão de me magoar e ferir a mim mesma, não me perguntes porque, talvez para me vitimizar, talvez para me odiar mais ainda, talvez para me culpar...

A verdade é que estou cansada, sem rumo, perdida... A verdade é que depois de tudo o que escrevi, tu não estas aqui para me guiar, para me ajudar... A verdade é que só me resta desabafar com quem já não me pode ouvir...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Não entendo....


Quanto mais penso que conheço o ser Humano, mais me engano... Pensava que conseguiria fazer com que a tua atitude mudasse para melhor mas infelizmente apenas piorou... Pensei que as tuas "trombas" fossem o resultado de uma pseudo-ofensa de orgulho ferido por teres sido repreendida, mas mais uma vez enganei-me redondamente. Como é possível alguém chegar a um ponto sem retorno sem se dar conta do que está a fazer?

Pensei que o facto de me evitares se devia ao teu jogo de "ai estou tão ofendida" mas afinal... ficaste ofendida por eu ter escrito um texto para alguém que chegou a minha vida antes, muito antes de ti... qual é a lógica? qual é o critério que usas para definir que podes ficar magoada por eu escrever um texto para a minha melhor amiga de infância (que ate já nem a via há 8 longos anos) mas que eu não posso quando deixas as tuas supostas amizades para trás por novos amigos ou antigos?

Nada, mas nada mesmo te dá o direito de me julgares por eu ter tido uma melhor amiga no passado, quando no presente, tu que deverias de ser a minha melhor amiga me escondes coisas e me insultas nas costas...

Esperei que amadurecesses, infelizmente deve de ser sina, pois cada vez que espero que tal acontece apenas acontece o inverso, esperei mas tu apenas soubeste fazer beicinho e fugir, dar as costas à questão para não teres de responder as perguntas...

Não entendo, não entendo a tua reacção, não entendo o teu conceito de falsidade, por acaso não te digo na cara o que digo nas costas? por acaso não me comporto contigo da mesma maneira a frente de toda a gente que quer que seja?

Não entendo... não entendo como poderias saber das coisas que se dizem e não me contar, não entendo o porque de ficares tão incomodada com a Ana, uma vez que também tu tens melhores amigos no passado, recordaste?

simplesmente não entendo... nem sei se quero entender.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Queridos amigos...



Queridos "amigos", não sabem o agrado que fica no meu coração ao saber das vossas atitudes falsas e idiotas, não sabem o quanto me revolta saber que dou tudo por vocês e vocês simplesmente me dão ingratidão.


Não sabem o quão feliz fico com as vossas atitudes egoístas, egocêntricas e traiçoeiras, com as vossas atitudes falsas e ingratas, não sabem o tom de ironia que esta em todas as minhas palavras...


É sempre bom olhar para vocês e ver que dou tudo por alguns de vós e em troca não ganho nada, é óptimo pensar que nos momentos maus eu estou presente, as vezes demasiado presente, mais presente do que quem devia estar presente, e em troca vocês simplesmente ignoram, pagam com falsidade, com hipocrisia, com ingratidão.


Olho para trás e vejo o tempo da minha vida que perdi a tentar apoiar-vos nos momentos maus da vossa vida e em contraste com o presente não me arrependia, agora olho para o presente e vejo que nem sou digna de um simples convite, que convidam pessoas nas minhas costas para uma diversão e simplesmente se esquecem dos que estiverem presentes nos maus momentos, chego assim a conclusão que para vós, a amizade significa apenas a obrigação de estar presente nos maus momentos, ignorando e chocando os amigos nos bons momentos.


Nunca vos pedi nada, sempre dei de mim sem pedir nada em troca, sempre tentei dar-vos conselhos e ajudar-vos no que podia e vocês? o que estão a fazer vocês? estão a ignorar-me? já nem atendem o telemóvel? inventam desculpas? esquecem um simples "querem vir" quanto mais não fosse por educação?


Neste momento já não entendo nada, já não entendo se eu e o meu namorado só servimos mesmo pra desenrascar nos maus momentos?


Não percebo Diogo... Não percebo Sara... Não percebo todos os outros...


Não percebo ainda como é que depois de tudo, de toda a frontalidade que tenho para convosco, de todas as vezes que eu digo que odeio mentiras, depois de tudo o que conhecem de mim continuam a mentir-me, não entendo... Não entendo Smart...


Não percebo como faltam a coisas combinadas ou simplesmente demonstram a falta de tacto, talvez por ignorância, talvez inocentemente... Não é Luís? Provavelmente não sabias que não tínhamos sido convidados, mas sabias que tínhamos combinado beber café, café que não vieste beber porque no dia seguinte ias para Vendas Novas...No meio disto tudo foste o que menos tiveste culpa, foste até o que me fez chegar a conclusão de que tudo foi combinado de modo a que não chegasse aos ouvidos das pessoas que não interessavam ir...


Queridos amigos, não sabem o que estou magoada com esta atitude, revoltada com a vossa falta de respeito e educação.


Queridos amigos, não sabem o como me feriram, mas um dia falaremos, quando nos encontrarmos num beco escuro, nós falaremos...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Meus sonhos, meus medos...


Meu anjo, pela primeira vez sonhei com coisas que jurei a mim mesma nunca sonhar, e tu estavas incluído no meu sonho...

Estou assustada, assustada com o futuro, assustada por saber-me impotente para realizar os meus sonhos, por este ser mais um sonho que irá ficar por realizar...

Mais um sonho por realizar que irei carregar na mente, mais um fracasso a que irei ter de me habituar... O ser humano passa a vida a habituar-se a algo...

Em dois anos habituei-me à ideia de não seres o romântico incondicional que gosta de ver o por do sol na praia, a não seres o doce rebelde que faz amor na areia ao anoitecer, habituei-me ao facto de não te ajoelhares e dizeres como me amas enquanto me oferecias um ramo de rosas e uma linda aliança que demonstraria ao mundo o nosso amor... Em dois anos descobri que preferes surpreender-me com novos nomes carinhosos, que gostas de adormecer a mexer nos meus lábios ou que eu te massagem os dedos. descobri que a felicidade não é algo que imaginamos mas sim algo que surge inesperadamente e simplesmente vivemos.

A tudo o ser humano tem capacidade de se habituar, menos aos sonhos que não realiza...

Sonhei que juntos conseguíamos tudo, que tínhamos a nossa casa, com um bonito jardim e cães, com uma cadeira de baloiço onde eu e os nossos gatos gostávamos de nos deitar a tardinha a ler um bom livro da nossa imensa biblioteca, com um escorrega e um baloiço onde tu brincavas com os nossos meninos. Mas vejo o futuro tão longe, sinto-me tão impotente meu amor... Na minha mente vejo a incerteza do futuro, vejo a improbabilidade do meu sonho se realizar tão fielmente e sinto-me derrotada... não acho justo ter de me habituar aos sonhos que não posso realizar...

Depois voltei a acordar e pensei que o melhor seria não pensar...

Voltei a adormecer e der repente estávamos a viajar, a viajar pelo mundo, a conhecer novos lugar... Tu estavas tão feliz... sorrias tanto... e quando cada viagem acabava, nos regressávamos a nossa casa em Espanha... e mais uma vez acordei, acordei e pensei: Porque tenho de me habituar a sonhos que não posso realizar? Será que é assim tão inalcansavel?

Resolvi agarrar-me a algo, a um sonho, a uma realidade, a uma crença, a algo... Resolvi que não tenho de me habituar a mais nada, resolvi que tenho de lutar e sonhar, sonhar e lutar...

E tu meu amor? Quais são os teus sonhos? Porque anseias tu na vida???

Terás também tu medo dos sonhos que não sabes se se podem realizar??? saberás também tu que não tens de te habituar mas sim lutar por algo maior???

Tenho tanto amor, tanto medo de lutar e de ficar sem forças a meio das batalhas, medo que o futuro me engula nas suas selvas de cimento e frustração, medo de me esquecer pelo que tenho de lutar, do que tenho que realizar.

E os sonhos amor? Deverei seguir os sonhos? Serão eles o motor da força de que tanto necessitamos para os realizar....

E tu meu anjo, quais são os teus sonhos? quais são os teus medos???

O que me revolta e corroi não pode ficar impune....


Sinto uma enorme revolta dentro de mim, uma revolta que me corrói e magoa sem dó nem piedade, que serpenteia impunemente pelas ruas do meu peito misturada com o sangue que me invade as faces para demonstrar a minha raiva.

O que me revolta não pode ficar impune...

É triste olhar para ti e ver a pessoa que vejo, para ti que tantas vezes pensei que eras a minha melhor amiga... Como podes fazer com que tudo o que tocas vire pó? como podes fazer com que um adulto tão puro e ingénuo como uma criança sofra sem medida por tua causa... A tua atitude revolta-me...

Mas não é só o facto de não teres consciência do que fazes que me revolta, não é só o teu modo de viver que se assemelha ao modo de viver de um proxeneta que chula diariamente as suas prostitutas... Também me revolta a tua falta de formação, a falsidade que vi um dia nos teus olhos... Explica-me Sara, explica-me como é que eu chego ao pé de ti estás literalmente de cara fechada, de trombas, e quando chegam os teus amiguinhos, aqueles que com uma enorme falta de educação e de formação não apresentas-te as pessoas que estavam contigo, a tua expressão transfigura-se radicalmente e passas a ficar muito bem disposta e alegre, ficando novamente de trombas quando eles foram embora???

Que se passa Sara? como consegues ser tão egoísta e pensar somente em ti? Como não vez nada mais que o buraco que se situa no teu corpo, chamado de umbigo??? Já pensaste de onde vem o comer que comes? se calhar convinha pensares, uma vez que, se não contribuis financeiramente para a tua alimentação, ela tem de vir de algum lado... E já pensaste que um carro não anda a vapor? se calhar convinha pensares uma vez que, se tu não contribuis para a gasolina que move o carro em que passeias, alguém tem de o fazer...

E já pensaste que para te andar a passear e a pagar os teus vícios alguém fica sem meios de se sustentar??? É assim tão difícil pensar numa coisa destas para alguém que se diz tão evoluída e inteligente??? Nunca pensei que fosses capaz de chegar a este cumulo....

Sara, onde estavas onde a pessoa que dizes ser tão importante para ti estava a precisar do teu apoio? onde estavas Sara??? A divertires-te???

Não entendo, não entendo como consegues tão desavergonhadamente proceder dessa maneira para com pessoas que tanto te ajudaram e que só querem o teu bem....

Onde está o teu bom senso???

Revolta-me o teu insano comportamento, a tua maneira de ser que toca o miserável e desprezível.... Como consegues magoar alguém dessa forma? como consegues magoar alguém que apesar de te aparar todos os golpes e ficar extremamente fulo não tem as bolas no sitio para te dizer que estas a passar os limites por gostar demasiado de ti...???

Não reconheço este modo de viver e agir em ti. Não posso deixar ficar impune este teu comportamento, um comportamento que tanto criticaste e agora fazes exactamente o mesmo...

Onde está a vergonha que tinhas na cara? onde esta o teu bom senso? onde esta a tua honestidade? Onde esta a tua lucidez???

Tudo isto me revolta e corroí por dentro, sabes porque? porque quem tu magoas também é importante para mim... Porque o que me revolta e corroí não pode ficar impune...

domingo, 16 de maio de 2010

Assim como posso ser feliz?


Meu amor, para ti é-te impossível entender o aperto que tenho no meu peito, a dor que me afoga em sangue que o meu coração chorou, talvez não consigas porque também não fazes o mínimo esforço para tentar.

Os meus olhos continuam enevoados, com uma tentativa frustrada de não chorar, de não demonstrar a minha fraqueza... mas não posso mais. Não sei o que deva pensar, nem tão pouco o que pensar de ti e das tuas atitudes... pensava que lutávamos juntos, que fazíamos parte da mesma equipa e afinal, afinal vejo-te a puxar a corda para o lado oposto.

Cansei-me, sinceramente cansei-me. fiquei cansada de tentar andar em frente e tropeçar constantemente no passado. cansei-me de ter de me calar a cada sussurro vindo de trás impedindo o caminho, fazendo-me interromper a minha jornada, o meu destino.

E agora diz-me, assim como posso ser feliz? como posso ser feliz se cada vez mais se instala na minha mente que não passo de uma segunda opção? como posso ser feliz se tu continuas no teu passado e finges-te interessado no nosso futuro? como consigo conciliar o que és com o que foste, tentando entender como vais ser a cada momento?

Turvam-se-me os olhos, tremem-me os dedos, a voz esta entre cortada e doí-me cada vez mais a alma... Sorrir para disfarçar o meu interior negro passou a ser a minha especialidade, como se tratasse de uma mascara nojenta que em cada minuto eu quero, mas não posso, tirar...

Assim, assim como posso ser feliz? como queres que sorria se por dentro o meu coração sangra, como queres que sorria se na minha garganta esta um no na eminencia de soltar num rio incessante as lágrimas que prendo no meu olhar...

Como queres que esqueça as mentiras que se aproximam de uma

traição, de uma faca enterrada nas minhas costas enquanto eu represento o teatro do estar feliz?

Assim, assim como posso ser feliz?

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Meu principe...

Meu príncipe, sei que por vezes davas tudo para entrar na minha mente, sei que não entendes as minhas exigências nem o meu desespero, sei que não imaginas quais são os meus medos porque eu estou constantemente dentro da minha casquinha protectora... adoraria explicar-te... mas não sei se sou capaz de fazê-lo.
Sei que ultimamente tenho descarregado toda a minha frustração em cima de ti, sei que não entendes porque estou insatisfeita com tudo e todos, sei que não entendes porque ando revoltada...
Meu príncipe, tanta coisa em mim mudou, tanta coisa eu tento recalcar no meu intimo para ninguém notar... Desde que te conheci que cada dia te amo mais e mais, certo é que já não imagino nem posso viver sem ti. para mim, estar sem ti é um sufoco tão grande....
Eu cresci, de alguma forma eu cresci meu amor, e se em mim existe e continua a duvida de quando se deixa de ser adolescente e se passa a ser adulto?, essa duvida é cada vez menor... eu cresci, em vários sentidos eu cresci. Hoje já não sou mais a inconsequente que só olha para o presente, hoje não penso que a qualquer momento posso virar as costas ao mundo e continuar a me divertir.
Cresci ao ponto de pensar nas consequências dos meus actos e de pensar no futuro... Meu Deus, eu comecei a pensar no futuro...
Amor, meu príncipe, hoje eu tenho sonhos bem diferentes dos meus sonhos utópicos juvenis, hoje eu não sonho em ser um motard despreocupado, ou despreocupada neste caso, hoje eu penso no que quero ser, no que quero ter, no que vou fazer.
Hoje tenho um novo sonho, um sonho tão grande que o simples facto de o desejar me torna ansiosa. Hoje sonho em ter o meu lar, hoje sonho em te ter a meu lado, hoje sonho em ter a minha família, hoje sonho em ser mãe...
Ser mãe... ai meu amor, se soubesses o desejo tão grande que eu tenho em ser mãe, se soubesses como todos os dias eu luto para poder construir a minha vida e finalmente poder realizar o meu sonho, para finalmente poder sentir-me realizada, completa...
E é por isso meu amor, é por isso que tantas vezes discuto contigo e te peço para seres menos inconsequente, porque quero que também penses no futuro... Sei que não posso pedir que os teus sonhos sejam os mesmos que os meus, sei que não te posso obrigar a pensar no futuro ao mesmo ritmo que eu, mas se soubesses meu amor, se soubesses como eu gostava que me entendesses, que entendesses os meus sonhos, os meus desejos, as minhas ansiedades...

sexta-feira, 19 de março de 2010

Somente meu progenitor


Hoje é dia do pai, 19 de Março... 20 anos passados do meu nascimento e continuo a sentir a falta do meu pai... o pai que nunca tive, o pai que não foi mais que o dador do espermatozoide que fecundou o óvulo daquela que também não soube ser minha mãe...

Mandei-te mensagem, não com o intuito de te felicitar mas com o objectivo de te magoar, de te ferir da mesma forma como me tens magoado e ferido ao longo destes anos todos com a tua indiferença, com o teu desprezo...

Nunca quiseste ser meu pai, nunca quiseste que eu existisse, e hoje, depois de tantos anos eu lembro-me que hoje é dia do pai... ironia do destino, hoje, que me sinto mais sozinha que nunca lembro-me que tu, meu pai, existes... na realidade nunca deixei de me lembrar, apenas eras a lembrança renegada que aos poucos ia ficando recalcada no meu intimo... tu, tu meu pai que nunca foste realmente meu pai, tu que nunca me deste um beijo, nunca me deste um abraço, nunca me aconchegaste os cobertores à noite nem me ajudaste a fazer os trabalhos de casa... eu sobrevivi e cresci sem ti meu pai, sem ti e sem o teu amor... tu meu pai, tu que nunca me ralhaste nem felicitaste, tu que nunca me alertas-te para os perigos da vida, tu que nunca me proibiste de sair a noite nem nunca me foste buscar a escola, tu que nunca exististe, nem tu nem o teu afecto...

Para ti meu pai, para ti que sempre me ignoraste, que nunca me limpaste as lágrimas nem me viste sofrer, para ti meu pai que sempre me renegaste e magoas-te, estou aqui a escrever, para ti que nunca quiseste saber como eu estava, estou aqui a sofrer, mas com a força de um leão, apenas para te desejar um feliz dia do pai, para que, com rancor, raiva, dor e magoa nos olhos, te desejar um feliz dia, a ti que sempre foste e serás eternamente somente meu progenitor...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Minha Ana Perdida...




Ana,


nem sei como escrever o que sinto, não sei por onde começar, não sei o que escrever... pela primeira vez não sei escrever o que os meus olhos fechados e o meu coração em alerta me dizem...


Durante 8 longos anos nada soube de ti, apenas sabia que estavas viva algures pelo mundo pois as más noticias chegam sempre... Durante 8 longos anos eu não consegui confiar a 100% em ninguém, eu não tive verdadeiramente aquela melhor amiga que sempre fica para o resto da vida, durante todo esse tempo eu andei pelo caminho que percorri sozinha, pensava em ti, no que passamos juntas, recordava coisas que não passam de isso mesmo: recordações... recordo a lágrima que caiu pela minha face a baixo quando foste embora, recordo a dor que sentia quando não nos falávamos por parvoíces de miúdas...


Mas infelizmente esse tempo passou, passaram 8 anos e finalmente reencontrei-te...


Reencontrei-te mas agora sinto-me extremamente triste... Por momentos quis esquecer que tinham passado 8 anos, por momentos quis ser novamente a tua melhor amiga... Quando viste beber café, quando te pude abraçar, quando pude falar contigo, o meu coração explodia de alegria, finalmente era 100% feliz, tinha o homem que amo e a minha melhor amiga... Vil engano, engano esse do qual só dei conta quando me apercebi que os dias iam passar e eu não te iria ter presente na minha vida, quando me apercebi que tínhamos crescido, seguido vidas diferentes, quando me apercebi que já não tínhamos 12 anos e que eu já não era a tua best friend, quando vi com olhos de ver que tinhas outras pessoas com quem partilhavas a tua amizade, e eu não faço parte dessas pessoas...


Pode parecer um bocado egocêntrico, sentimentalista, vitimista, mas acima de tudo é o que vai na minha alma, no meu peito, na minha cabeça...


Eu mudei e tu mudaste, já não somos mais as menininhas que dispensavam a companhia de todos pois a companhia de uma e de outra bastava, já não somos mais as menininhas que escreviam cartas uma a outra a jurar amizade eterna e marcavam o sitio onde caíram as lágrimas...


Provavelmente hoje tu tens a tua melhor amiga, alguém que partilhou contigo a adolescência, que acompanhou os teus dramas, tal como eu tenho certamente um ombro para chorar se precisar, um ombro de alguém que não tu... Desculpa... Desculpa o desabafo, talvez a ponta do ciume, desculpa ter-te procurado... Desculpa...


Aflige-me o facto de não podermos voltar atrás no tempo, ou simplesmente retomar a nossa amizade no ponto em que a deixamos, no ponto em que foi interrompida, é pena que não haja espaço no teu coração para duas ou mais melhores amigas, tal como não há na minha vida lugar para a ideia de te ter encontrado outra Ana que não a Ana que há 8 anos se foi embora... Ana, minha Ana perdida,. onde estas tu agora?


sexta-feira, 12 de março de 2010

será que não entendes???


Já Antoine de Saint Exupèry dizia, no seu lindo livro o principezinho, «Somos responsáveis por aqueles que cativamos»... Nunca concordei tanto com isso, e o facto de concordar faz com que faça de uma simples frase a minha citação favorita. A forma mais fácil de magoarmos alguém e deixar que ela goste de nos, logo somos responsáveis pelas magoas dessas pessoas, somos responsáveis por todo o mal e todo o bem que fazemos as pessoas que cativamos...

Pois é meu amor, era essa frase que deveria de estar presente sempre, em todas as pessoas...

Tu, sim tu meu amor, tu cativaste-me, fizeste com que gostasse de ti, com que te entregasse o meu coração, mas não sabes tratar dele, não sabes como ele é, não sabes como ele sente...

Não entendes nem tentas entender os sinais que o meu pobre coração te emite, não entendes os meus olhos tristes, não entendes nem te esforças para entender o que eu digo.... será que a falha é minha? será que não me expresso bem? não, eu tento e tentei de mil e uma forma fazer-te ver o que sinto, mas tu nada, não entendeste, não tentas-te entender...

hoje estou no meu limite, já não consigo chorar mais, já não consigo erguer-me, já não tenho forças.... e aqui estou eu, a tentar descobrir se devo de ir ou ficar, se devo desistir ou resistir... já não sou quem outrora fui, já não tenho a mesma força, talvez porque agora a força que me move é o amor, e por mais que eu tente nega-lo é essa força que faz com que ainda esteja aqui... mas tu não vês... tu não sabes ver...

estou magoada, estou triste... mas tu não estas nem ai... será que não entendes???

domingo, 7 de março de 2010

Meu amor...



Meu amor,
sei que provavelmente nunca iras ler esta mensagem, provavelmente achas este blog um hobbie estúpido e sem significado, mas não é, este blog e a única forma de me exprimir de forma completa, sem medos ou mentiras, sem mascaras...
Mas isso agora não interessa...
Meu amor, se soubesses como te amo, como daria a minha vida por ti sem hesitar... Meu amor, se soubesses como sonho com um futuro a teu lado...
Por vezes, à noite, quando acordo, fico a contemplar os traços do teu rosto, penso no como enfrentar o mundo se torna tão mais fácil, quase uma brincadeira de crianças, quando estas a meu lado, e ai, ai surge este medo horrível que carrego comigo desde o dia em que te vi, o medo de te perder...
Meu amor, sei que não me entendes, provavelmente também não iras entender mesmo que te explique, mas nada na minha vida faz sentido sem ti... só estou bem perto de ti meu amor... mas infelizmente hoje sei o que é estar perto mas cada vez mais longe em simultâneo... meu amor, hoje sei o que é ter-te a meu lado mas só tenuemente... apesar de estarmos debaixo do mesmo tecto somos quase dois desconhecidos, vivemos vidas separadas, unidas apenas por uma ténue linha, tão ténue que tenho medo que um dia se quebre definitivamente...
meu amor, onde estas quando mais preciso de ti? onde estas quando choro incessantemente? onde estas quando preciso do teu abraço?
meu amor, onde estas quando perco as forças e demonstro fraqueza e cansaço? meu amor, onde estas agora?
A tua presença carregada de ausência é monstruosa, a tua indiferença seria mais facilmente suportada...
Meu amor, onde estão os olhos apaixonados com que me olhavas? onde estão os teus beijos carregados de paixão?
meu amor, onde esta o teu desejo de ser feliz comigo?
meu amor, onde estas tu?
estas são meras palavras, palavras ditas para um teclado, para um ecran... estas são as palavras que não te digo, também não sei porquê, mas são as palavras que não te digo... estas são as palavras que me pairam na alma quando me levanto e estas a dormir, quando saio e estas a dormir, quando chego e já não estas, quando me deito e não estas... estas são as palavras que me invadem quando as nossas conversas acabam com um "tou bem" ou com um "ok".
meu amor, se soubesses como estou magoada e ferida, se soubesses como estou sozinha...
meu amor, se soubesses quanto te amo... onde estas meu amor???

Olhar para dentro de mim...


Olá... isto parece estúpido, estar a dizer olá a mim mesma... apresentar-me a mim mesma... Quer dizer, por vezes é necessário, nem sempre sabemos com exactidão quem somos, o que queremos ou o que fazemos...
Sou uma pessoa normal, se o termo de normal se poder utilizar sem qualquer conotação negativa, sou mais uma no meio de milhões de pessoas que mais parecem formigas, neste enorme formigueiro que é o nosso mundo... Mas na minha normalidade sou uma pessoa com algumas virtudes mas cheia de defeitos, um deles é o não conseguir expressar-me como devia...
Passo a explicar, sou uma pessoa muito frontal, extrovertida, comunicativa, amiga do meu amigo, extremamente protectora, possessivamente ciumenta, mas na realidade sou uma antítese... ao mesmo tempo que sou forte, consigo ser extremamente frágil, ao mesmo tempo que sou comunicativa fecho-me no meu mundo... Quando estou triste, e por vezes quando estou contente também, não sei bem como expressar o que sinto, e o único modo de desabafar, de me expressar livremente que encontrei foi escrever...
Já la vão muitos anos desde que o faço, muitas pessoas acham que é um método algo anti-social, mas a verdade é a única forma de desabafar os meus medos, os meus receios, as minhas angustias, as minhas duvidas...
Neste blog vou escrever algo parecido com cartas, as cartas que muitas vezes escrevo e que talvez por cobardia não chegam nunca ao seu destinatário, ao mesmo tempo, e à semelhança do meu outro blog ( http://froggy-08.blogspot.com/ )vai ser um blog de desabafo, de confissões interiores, de palavras vazias mas cheias de algo que não sei bem definir...
este blog vai ser como... Olhar para Dentro de Mim...