terça-feira, 10 de dezembro de 2013

A verdade da minha mentira

Por mais que eu negue, por mais que eu fuja, a verdade antes demais é que gosto de ti... Não, errado!, a verdade é que me apaixonei por ti...
Desde aquele olhar, fugaz, rápido... aquele sorriso, aquele piscar de olhos... 
Nunca antes havia reparado em ti, nunca antes te havia visto como de facto te vi naquela tarde...
Para falar a verdade, nem foi bem ali que tudo aconteceu, mas talvez tenha sido naquele momento que fiquei irremediavelmente presa... "presa"... irónico não é???
milhentas vezes já vira a tua cara antes, mas nunca tinha sentido vontade de dizer um "olá" como naquele primeiro dia de Julho tive...Talvez antes de eu ver, antes de eu saber, já o meu coração tivesse a olhar pelo canto do olho para ti... talvez, sei lá...
Quando começámos a falar, é como se toda a minha existência tivesse sido monótona, pois aqueles momentos em que trocávamos mensagens frenéticas, mensagens de desabafo, de provocação, de disputa; mensagens de sedução, de verdades em tons de brincadeira, naqueles momentos sentia-me num mundo a parte, em que tudo fazia sentido e nada o fazia na realidade...
demoramos onze dias, onze dias de conversa ininterrupta, onze dias de insónias, conversas tardias, picardias saudáveis, onze dias de sorrisos nervosos, olhares fugazes, negação do obvio... Ambos no fundo sabíamos, ambos no fundo o negámos... Onze dias até sentir o toque, o beijo, o calor... Lembraste? Apesar de já ter bebido mais que a conta, consigo lembrar-me tão bem do primeiro beijo, da primeira conversa... 
Ias para casa... alias, estavas já a chegar a casa, depois de uma noite de copos com amigos... estavas quase lá e mesmo assim voltaste tudo atrás, vieste respondendo assim de forma inesperada a uma provocação... e a partir dai perdi o controlo do coração... 
Eu sei... eu sei que muitas vezes neguei estar apaixonada... mas a verdade é que eu estava em negação... Não podia apaixonar-me por ti... não por ti...
Mas a verdade é que apaixonei-me perdidamente... E confesso que até determinada altura acreditei que também o tivesses feito... Pura ilusão.
Entretanto começamos a encontrarmo-nos... e não era mais eu... baixei armas e mostrei como sou, alias, mostrei todas as minhas facetas... descobri então que o meu coração batia e batia tão forte quando ia ter contigo... Se queres saber, ainda hoje bate...
O tempo passou, e sem darmos conta já havia passado um mês... depois dois... três... As discussões vieram, as duvidas, algumas certezas também... vieram as mudanças, e mais duvidas... vieram as tentativas de pôr fim a algo que, como tu tão bem descreveste, "está condenado à nascença"...
E passaram quatro meses... Cinco... Cinco meses... e tanta coisa aconteceu... Dêmos tantos passos em frente... e tantos outros para trás... as duvidas aumentaram mas também aumentaram as minhas certezas, as minhas tentativas, as minhas batalhas, as minhas derrotas, as minhas cobardias...
Hoje, passados quase completamente cinco meses, olho a minha volta e muitas vezes tenho vontade de chorar... tantas outras de sorrir...
Fizeste-me tão bem.... muitas vezes, eu sei, pensas que não... Mas tal como tu dizes, se sempre volto é porque algo forte me faz voltar...
Mas no meio de tudo gostava tanto, mas tanto que soubesses o que sinto... e o que sinto é uma tremenda duvida, a duvida do que sentes, do que queres de mim, de se vale ou não a pena lutar até ou fim ou se simplesmente devo abandonar o campo de batalha antes de ficar ferida de morte... Eu gosto de ti... Gosto muito... Entristece-me pensar que contigo nunca haverá um nós, que nunca passearemos sem estarmos a olhar a volta a procura de pessoas conhecidas que possam perguntar, entristece-me saber que nunca podemos ir sair, divertirmos-nos... entristece-me não podermos agir normalmente, entristece-me passar a vida a negar o óbvio quando a minha maior vontade é gritar ao mundo o quanto gosto de ti... Mas tu não sentes o mesmo, tenho a plena consciência que este sentimento é platónico, não correspondido, vazio da tua parte... tenho a perfeita consciência que nunca serei a tua namorada... "namorada", engraçado como ganhei aversão a esta palavra...
Tenho a perfeita consciência que, hipoteticamente, quando estou a angustiar, a ressacar a tua atenção, quando me doí o facto de ignorares a minha existência e me tratas com indiferença, quando tudo e mais importante para ti e eu nem uma mensagem recebo, quando tudo tem um lugar na tua vida menos eu, tenho a perfeita consciência que, repito, hipoteticamente, poderás estar com outras pessoas, pessoas que não te fazem cobranças, que não questionam, que não pensem demais...
Tenho a perfeita consciência que muitas vezes atinges um grau de saturação perigosa e que a qualquer momento me darás o golpe mortal... mas por algum motivo nunca o fizeste... mas nunca o evitaste...
Não tens a noção de quantas vezes já chorei, de quantas vezes já escrevi mensagens e apaguei, quantas vezes eu decidi não mais te ver e vacilei...
Se soubesses o quão forte o meu coração bate só de pensar em ti, em tudo o que já aconteceu... se soubesses o quão ansiosa fico antes de ouvir a tua voz... o quão nervosa fico antes de te ver...
a verdade é que de facto eu gosto de ti, demasiado... e sei que não é correspondido... mas gosto de ti e esse é o preço que pago...
Gosto de ti, e és tu e eu a verdade desta minha mentira...

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